Universidade formará detetives franceses

FACULDADE NOIR
Futuros profissionais receberão sobretudo aulas de direito, mas também de técnicas de investigação
Universidade formará detetives franceses

RODRIGO AMARAL
de Paris

Sam Spade e Nero Wolf bem que poderiam ser empregados como professores na Universidade Panthéon-Assas (Paris 2), uma das mais renomadas da França, que está abrindo um curso superior para a formação de detetives.
O curso terá, em princípio, duração de um ano e, a partir de outubro, serão acolhidos 30 candidatos a seguidores de Nestor Burma, um dos mais famosos detetives franceses (criação de Léo Mallet).
“Hoje, qualquer pessoa pode abrir um escritório de detetive na França. Queremos melhorar a organização da profissão”, diz Marko Gjidara, 48, diretor do Instituto de Direito e Economia de Melun, apêndice da Universidade Paris 2, responsável pelo curso.
Os professores serão juristas da universidade e profissionais do ramo. Ao todo, serão ministradas aulas de 19 disciplinas -algumas puramente teóricas, na área de direito (civil, comercial, penal etc.), e outras mais práticas, como técnicas de investigação.
A explicação para a carga teórica, segundo o detetive Christian Borniche, 50, que participa da coordenação do curso, é que atualmente a profissão de detetive exige um amplo conhecimento do funcionamento da Justiça e dos limites de sua atuação.
“Cerca de 80% dos casos se referem à área de negócios, como a espionagem industrial”, diz Borniche, que já está há quase 30 anos no ramo. Outros tipos de atividades comuns são pesquisas para revelar fraudes contra companhias de seguros e a busca -a pedido de credores- de pessoas endividadas que tentam se esconder.
Os casos de divórcio, levados quase que exclusivamente na base da malícia, hoje mal correspondem a 15% do total, segundo Borniche. “O curso vai melhorar o nível da profissão”, diz ele, que calcula em cerca de 1.200 o total de detetives particulares no país.
Ou melhor, não detetives, mas investigadores particulares. Essa é a denominação a que os profissionais da área têm direito desde 1977, quando sua atividade passou a ser oficialmente reconhecida.
Para serem aceitos, os candidatos a detetive terão de possuir um “baccalauréat”, diploma recebido pelos estudantes que completam o equivalente ao segundo grau brasileiro, mas só após a realização de um amplo teste.
Quem terminar o curso terá direito a um diploma emitido pelo governo francês. O preço do curso, para o primeiro ciclo, é de US$ 2.048. Há descontos para desempregados e estudantes (nesse caso, fica por US$ 1.370).

 

Fonte – https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft02089803.htm

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